Estive há pouco na coletiva do Barça – parte dos preparativos para o jogaço pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões, contra o Arsenal. Lotadíssima! Mais de 200 jornalistas de todo o mundo. Clima de Copa em torno de uma equipe dos sonhos.
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Primeiro falou o jovem Bojan. Desanimado, monossilábico, chaaaaato… Por inexperiência ou timidez, não disse nada.
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Em seguida, vimos o oposto, com um ex-atleta de tempos menos medrosos e “empacotados”. Pep Guardiola, técnico do Barça, deu um show em Espanhol, Catalão e Inglês. Respondeu tudo o que foi perguntado, com coragem e provavelmente sinceridade.
Entre as diversas questões, de muitíssimos assuntos, uma grande lição sobre como nós (e “nós” aí inclui muita gente, de muitas culturas, já que era uma coletiva com grande participação internacional) vemos o futebol. Como nós às vezes insistimos em não ver o óbvio, bem diante dos nossos olhos. Apaixondos que somos pelo ataque e pelo gol.
Depois da décima pergunta sobre Walcott, Guardiola, com educação mas muita veemência, deixou claríssimo: “quem decidiu o jogo em Londres não foi o Walcott, gente… Foi o Almunia, que buscou 10 ou 11 bolas que poderiam resultar facilmente em gols. Não adiantaria os dois gols do Arsenal, se o Almunia não tivesse evitado outros 11 lá atrás”.
Claro que é verdade.
Claro que o mundo quase sempre só elogia os goleiros em decisões por pênaltis.
Muito mais que Walcott, o que, de fato, manteve vivas as esperanças do Arsenal até aqui foi a excelente atuação de seu goleiro.
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Outra observação pertinente de Guardiola: “vai ganhar a partida aquele time que conseguir ter mais posse de bola. Como se consegue isso? Sendo compacto o tempo todo”
Parece óbvio, mas não é o que normalmente vemos nos campos por aí.
4-3-3, 3-5-2, 4-4-2… Tudo isso é cada vez mais papo furado de quem quer que futebol pareça ciência.
Esses posicionamentos até servem como leve referência para uma armação inicial (que, alías, costuma se desfazer em quinze minutos de bola rolando). Hoje o que conta mesmo é ocupar espaços. Todos. É jogar em bloco. É correr o tempo todo. Coordenamente, claro. É valorizar a posse de bola sendo objetivo.
Claro que, além disso, um Messi, um Xavi e um Iniesta também não caem nada mal…
**Achei bastante interessante essa entrevista, principalmente no momento que ele fala sobre esquema de jogo(4-3-3, 4-4-2...) e posse de bola...concordo plenamente com ele.
É impressionante o quanto esse time do Barcelona fica com a bola nos pés, como uma equipe que joga apenas com um volante(aquele que apenas marca) pode ser ofensiva(pois o Barça joga com 3 atacantes e dois meias), mas também muito eficiente defensivamente, ao contrário do que vimos muito no futebol brasileiro com times jogando com 3 volantes "brucutus", é uma equipe com muitos craques sem dúvida nenhuma, mas que taticamente também enche os olhos.
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